tu foste a pedra que o fez ondular
eu era o sonho que o sono retarda
tu sem querer me foste acordar
eu era a cinza já arrefecida
de um amor antigo que me fez sofrer
tu foste à cinza com um sopro dar vida
e uma chama ardente fizeste nascer
eu era moinho que já não moía
porque já não tinha grão p'ra moer
tu foste a brisa que soprou um dia
as velas paradas fizeste mexer
eu era o livro que já se não lê
porque está guardado num canto da casa
eu era o espelho onde se não vê
tocha apagada que tornaste brasa...
foste a pedra
o despertar
o sopro
a brisa
foste tudo isso
até que te foste
e hoje
eu voltei ao que era
Sem comentários:
Enviar um comentário